Filo Porifera (Reino Metazoa)
Acredita-se que os primeiros animais que surgiram na face da Terra tenham sido os poríferos.
Várias são as hipóteses sobre a origem dos animais. Uma das mais aceitas propõe que eles teriam derivado de protistas flagelados coloniais, dando origem primeiramente à linhagem dos parazoários (sub-reino Parazoa), representada pelos poríferos, e depois à linhagem dos eumetazoários.
As esponjas são animais sem simetria ou com simetria
radiada, diploblásticos, acelomados e sem
cavidade digestiva.
Todas as esponjas são fixas na fase adulta e coloniais, vivendo em meio
aquático (água doce ou salgada), geralmente da linha da maré baixa até
profundidades que atingem os 5500 metros. Crescem sempre aderidas a
substratos imersos, como madeira, conchas, rochas, etc. Muitas apresentam um
aspecto quase vegetal (tendo sido consideradas plantas durante muitos séculos),
embora possam ser brilhantemente coloridas.

A simplicidade da estrutura das esponjas é tal que, se forem trituradas
e passadas por uma peneira, de modo a separar as suas células, estas poderão
reagrupar-se e formar novamente uma esponja, em tudo semelhante á
original. As células do corpo das esponjas apresentam mesmo um certo grau
de independência, sem coordenação por células nervosas.
Não apresentam, portanto, tecidos verdadeiros, nem sistemas de órgãos.
Outro aspecto intrigante da biologia das esponjas é o fato de serem os únicos
animais cuja abertura principal do corpo é exalante. No entanto, a maioria das
esponjas reage ao toque, especialmente em volta da sua abertura principal,
embora os estímulos sejam conduzidos lentamente, provavelmente célula a célula.
As esponjas são organismos imóveis, mas capazes de movimentar a água em seu redor. As partículas alimentares em suspensão penetram no corpo da

A parede do corpo das esponjas delimita uma cavidade central, o átrio ou
espongiocélio. Em certas esponjas mais complexas não existe apenas uma cavidade
central, mas um labirinto de canais e câmaras cobertas de células flageladas –
câmaras vibráteis. A respiração e a excreção são feitas diretamente por difusão
com o meio aquático, pelo que as esponjas não suportam águas estagnadas.
A parede do corpo das esponjas é formada por diversos tipos de células, sustentadas por elementos esqueléticos de vários tipos:
A parede do corpo das esponjas é formada por diversos tipos de células, sustentadas por elementos esqueléticos de vários tipos:
- Pinacócitos – células achatadas de
revestimento da parte externa, formando uma espécie de epiderme designada
pinacoderme (embora não seja um verdadeiro tecido);

- Coanócitos – células flageladas com uma expansão membranosa em forma de colarinho, que revestem o espongiocélio e outras câmaras vibráteis internas das esponjas. O movimento dos seus flagelos cria a corrente de água que traz nutrientes e gases. Os nutrientes são filtrados pelo “colarinho” da célula, que não é uma estrutura sólida, mas antes um conjunto de pequenos bastonetes erectos e separados por espaços. Qualquer partícula orgânica ou microrganismo plantônico aprisionado no colarinho é encaminhado para baixo, em direção ao corpo celular e endocitado, ocorrendo uma digestão intracelular, em vacúolos digestivos. Posteriormente os nutrientes são difundidos para a mesogleia ou célula a célula.
- Amebócitos – células livres de vários tipos que se deslocam por movimentos ameboides, presentes no mesênquima ou mesogleia (substância gelatinosa localizada entre as camadas de pinacócitos e coanócitos) e que são responsáveis pelo crescimento e capacidade de regeneração, pois podem originar todos os restantes tipos de célula (exceto os coanócitos) e produzir as espículas do esqueleto. Estas células podem, ainda, transferir os nutrientes presentes na mesogleia para as restantes células e retirar os produtos de excreção para o espongiocélio. São, ainda, responsáveis pela formação dos gametas;
- Porócitos – células dotadas de um poro central, designado poro inalante, que as atravessa de lado a lado. Localizam-se a espaços regulares na parede do corpo da esponja, sendo através delas que a água penetra no espongiocélio. Estas microscópicas aberturas podem ser reguladas pelo animal.
Características das Esponjas
Os elementos esqueléticos das esponjas podem ser de dois tipos básicos:- Fibras proteicas – formadas por uma proteína córnea designada espongina, uma substância insolúvel e resistente á digestão por enzimas proteolíticas. A espongina dispõe-se irregularmente no mesênquima;
- Espículas minerais – estes elementos podem ser compostos por dois tipos de minerais:
- Carbonato de cálcio – espículas formadas por CaCO3, podem apresentar formas variadas, desde simples eixos rectos a formas complexas e ramificadas;
- Sílica – espículas formadas principalmente por H2Si3O7, são geralmente complexas e podem fundir-se, originando uma estrutura relativamente sólida nas chamadas esponjas-de-vidro.
Reprodução

Este tipo de reprodução ocorre por agrupamento de amebócitos e outras células não diferenciadas que se isolam e elaboram uma espessa membrana protetora contendo espongina e espículas. Isto acontece à medida que a esponja morre e se desintegra.
Essas gêmulas, formadas principalmente
em épocas de condições ambientais defavoráveis, são verdadeiras formas de
resistência - persistem longo tempo no ambiente e ficam em estado de repouso
metabólico até que as condições externas ambientais voltem ao normal.
Nesse momento, a espessa membrana é
rompida e as células retomam a atividade normal e reorganizam uma ou mais novas
esponjas.
A reprodução por brotamento é a forma mais comum de reprodução
assexuada. A partir desse processo, uma esponja produz brotos, que se
desenvolvem a partir da esponja-mãe. Esses brotos podem ficar ligados uns com
os outros, organizando uma colônia.
As esponjas podem ser monóicas (hermafroditas) ou dióica (sexos
separados), permanecendo os óvulos na mesogleia e sendo os espermatozoides
libertados para o espongiocélio e daí para o exterior.
Os óvulos têm origem em amebócitos e os espermatozoides podem ter origem
em amebócitos ou coanócitos. Se estes espermatozoides encontrarem outra esponja
da mesma espécie, ocorrerá a fecundação e formar-se-á um zigoto.
A fecundação é geralmente interna. O zigoto vai originar uma larva
nadadora designada anfiblástula, não mais que uma pequena bola de
células flageladas do tipo coanócito.
Esta larva liberta-se do corpo da esponja-mãe e sai pelo ósculo,
acabando por se fixar a um substrato e sofrer uma inversão, em que as células
flageladas migram para o interior da bola e as achatadas para o exterior.
Por este motivo, diz-se que o desenvolvimento é indireto neste filo.
![]() |
Fonte:
Comentários
Postar um comentário